Após dois anos atípicos por causa do isolamento social e uso de máscara para conter o coronavírus, o que contribuiu também para proteger as pessoas de pegarem outras doenças infecciosas, a temporada de gripe de 2022 parece ter voltado ao normal. Com o fim das restrições, o influenza voltou a se espalhar por aí como antes neste inverno.
Entre os que ficaram gripados e já tiveram covid, um relato comum é de que a gripe foi muito mais forte do que antigamente, gerando grande dor no corpo, fadiga e uma tosse que permanece por semanas. Mas será que isso faz sentido?
A resposta dos especialistas a essa pergunta é: depende. Precisamos saber qual a gravidade da covid que a pessoa teve e como ela ficou após a doença, se teve alguma sequela?
Pessoas infectadas com o coronavírus que enfrentaram um período em coma, precisaram de diálise ou tiveram danos graves aos pulmões podem, sim, ter maiores riscos ao pegar uma gripe, especialmente se estiverem nos grupos sabidamente mais vulneráveis, como idosos e indivíduos com comorbidades, como diabetes, obesidade e problemas cardíacos.
Pacientes com influenza costumam evoluir de forma negativa principalmente por infecções bacterianas subsequentes, como as que causam pneumonia. Pacientes recuperados de covid que tiveram um dano muito extenso ao pulmão podem, sim, estar mais vulneráveis à pneumonia bacteriana caso contraiam influenza.
Por outro lado, pacientes que tiveram a versão mais leve da covid-19, ou seja, sintomas brandos sem a necessidade de internação e intubação, dificilmente terão complicações se contraírem gripe depois.
Para pessoas vacinadas, a covid-19 está se transformando em uma infecção respiratória como qualquer outra, sem causar problemas mais sérios para a saúde.
Não exatamente. O que provavelmente está acontecendo é que, em 2020 e 2021, os índices de contaminação pelo vírus influenza foram bem abaixo do que costuma ocorrer na chamada "alta temporada" do vírus, que começa em março e vai até o fim do inverno, em setembro.
Isso foi consequência das medidas sanitárias implementadas para impedir a disseminação do novo coronavírus durante o período mais tenso da pandemia.
Portanto, por dois anos, tivemos a falsa impressão de que o influenza havia parado de circular e já não era mais uma ameaça, capaz de provocar um quadro gripal que derruba muita gente e deixa algumas pessoas de cama. Mas a doença nunca deixou de ser um problema preocupante. As pessoas subestimam a gravidade do influenza, especialmente em idosos e crianças.
Se mantivermos o uso de máscara quando apresentarmos algum sintoma respiratório, por exemplo, poderíamos reduzir o número de infectados por gripe, como conseguimos anteriormente.
Outra questão importante é que, por conta dessa falsa impressão de segurança, a vacina da gripe, assim como tantas outras do calendário vacinal, foi negligenciada e atingiu índices insatisfatórios de imunização em todo o país. É comum que as pessoas busquem a vacina quando ocorre um surto, mas o correto era já estar vacinado antes de ele acontecer, para estar propriamente protegido.
Vale lembrar ainda que idosos e crianças devem tomar a vacina para se proteger da pneumonia, a principal complicação gerada pelo vírus da gripe, que pode levar à morte.
Caso você apresente os sintomas procure atendimento médico para realizar o diagnóstico precoce da doença e, assim, diminuir os riscos de complicações.
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